Em 2022, o Google lançou um report chamado "O impacto e o futuro da IA no Brasil". Seu intuito era dar os primeiros passos na investigação sobre o impacto da IA no Brasil, entendendo como a IAG abriria portas para inovações empresariais e como seria o processo de intensificação da transformação.
A gente sabe que startups sempre utilizaram a tecnologia para inovar e responder às demandas do mercado, o que ainda íamos descobrir é como a IAG amplia esse papel. Muito se fala sobre criatividade e produtividade, mas o que ainda pode estar por debaixo dos panos para você é o surgimento de um novo ciclo de empresas: aquelas que são GanAI First.
Para que a IAG possa ser usada de forma ampla por empresas brasileiras, é preciso dar um primeiro passo óbvio: a capacitação e garantia de acesso às ferramentas. Só assim será possível entender os riscos aplicados à nossa sociedade e como podemos, enquanto companhias, nos precaver deles.
Sim, este é o início de uma transformação tecnológica que precisa ser acompanhada da ética e da responsabilidade, garantindo impacto positivo na vida de milhões de pessoas. É um novo capítulo, com inovação e crescimento, de superação de desafios e coragem para aproveitar oportunidades. E, como bons criativos que somos, podemos nos posicionar como early adopters e crescer exponencialmente nesse novo cenário.
A dualidade do impacto
A pesquisa da Ipsos mostrou que 51% dos brasileiros acreditam que a IA pode aumentar a desinformação e 74% acreditam que a IA tem o potencial de gerar histórias falsas, porém muito realistas. De outro lado, 56% acreditam que empresas que utilizam IA garantirão a segurança de seus dados, bem como 41% acredita que a ela pode de fato aumentar a produtividade no trabalho.
A verdade é que, na visão de quem passou pelo nascimento e crescimento de computadores no trabalho e na vida pessoal, essa nova tecnologia também transformará mercados. Isso gera uma sensação de que ainda não sabemos até onde ela chegará, de que estamos no escuro e nos esbarrando enquanto tentamos encontrar a mina de ouro que revolucionará a organização das empresas e a maneira como entregam resultados.
E não podemos nem dizer que a ânsia é insensata. O mesmo estudo indica que apesar de estarmos usando a IA em nossas atividades rotineiras, de trabalho ou sob aspectos pessoais, também não estamos preparados para entendê-la em níveis mais avançados. Ou seja, para a maior parte das pessoas o real valor da IAG simplesmente ainda não foi entregue.
Todo mundo está buscando gerar resultados com a tecnologia e, se você está desconsiderando, pode até gerar um FOMO (Fear of Missing Out) de pensar: 'será que estou ficando para trás?' - Entrevista com Founder, Alumni
Mudança em números
O uso da GenAI representa uma revolução transversal e transformacional que está em todas as categorias, trazendo novas tech companies para a pauta. Aposto que você nunca antes tinha ouvido falar tanto de Nvidia ou OpenAI quanto ouve agora.
Isso indica uma reconfiguração de novos players, misturados com aqueles já consolidados (como Amazon, Apple, Meta e Microsoft) - o que, na teoria, pulveriza mais a distribuição do poder. Por outro lado, também acirra as disputas de liderança, comandadas basicamente por Estados Unidos e China.
Separamos alguns dados relevantes sobre a IA:
ela aumenta a produtividade em até 40%;
também aumenta a qualidade do trabalho em até 12%;
21% dos entrevistados falam que a adoção de IAG foi feita em cima de políticas de uso em suas empresas;
59% das empresas indicam aumento de receita;
84% dos CMOs esperam lançar novos produtos e modelos de negócio pautados pela IAG.
No Brasil, um estudo da Época Negócios indicou que, até 2027, um quarto dos gastos principais de TI das 5 mil principais empresas da América Latina serão alocados em IAG. E, sim, ainda há muito espaço para crescimento. Segundo a IBM, a América Latina tem uma adoção de apenas 29%, abaixo da média global de 34%.
Nós nos destacamos no fornecimento de ferramentas de IA e em fluxos de pesquisa, com ambientes propícios ao empreendedorismo. Temos uma população jovem e talentosa e precisamos desenvolver conhecimento especializado em ciência da computação. Esse potencial representa uma oportunidade singular para impulsionar o crescimento econômico e a inovação no país.
É claro que não podemos negar o medo de perder emprego enquanto esse impulsionamento acontece, especialmente quando relacionado aos altos custos e escassez de mão de obra. Afinal, a adoção da GenAI exige investimentos em educação e redução de custos - não é à toa que 35% das empresas brasileiras já estão investindo no reskilling de seus colaboradores.
Importante dizer que o Brasil tem o velho problema de crescimento para todas as regiões, especialmente considerando desigualdades sociais e acesso à informações de qualidade. É preciso pensar, portanto, em como podemos tornar nossa educação mais inclusiva e eficiente, preparando-nos para as demandas do futuro (que já batem na nossa porta agora).
O desafio é grande, mas seu potencial de resultado deveria ser o suficiente para nos guiar em direção à qualificação e implementação da IA em nossas soluções. Nosso "contra" é também o que nos traz o maior benefício da diversidade, que pode potencializar soluções e nos guiar em direção a um futuro bastante promissor.
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